Júris populares em Curitibanos e Otacílio Costa marcam o início do Agosto Lilás na região
O mês de agosto chega com uma pauta urgente e necessária: o combate à violência contra a mulher. Em alusão ao Agosto Lilás, campanha nacional que marca os 19 anos da Lei Maria da Penha, duas sessões do Tribunal do Júri estão agendadas para esta semana na Serra Catarinense, envolvendo crimes de feminicídio e tentativa de feminicídio.
A mobilização nacional busca conscientizar, prevenir e fortalecer a rede de apoio às vítimas de violência doméstica e familiar. Na região serrana, o Judiciário também atua diretamente no enfrentamento dessa realidade cruel, levando à Justiça casos graves que chocaram as comunidades locais.
Tentativa de feminicídio em Curitibanos
Na quarta-feira, dia 6 de agosto, o Tribunal do Júri da comarca de Curitibanos julgará um homem acusado de tentativa de feminicídio, lesão corporal e ameaça.
Segundo o processo, que tramita em segredo de justiça, o crime ocorreu na madrugada de 7 de novembro de 2023, quando o réu teria invadido a casa da ex-companheira e tentado matá-la enquanto ela dormia, desferindo vários golpes de faca na cabeça e pescoço da vítima. O ataque só foi interrompido pela filha da mulher, que acabou ferida ao tentar defendê-la.
O crime foi cometido por ciúmes e inconformismo com o fim do relacionamento, e teve como agravantes o motivo fútil, o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e a presença de crianças na cena do crime – uma adolescente de 14 anos e um menino de apenas 5 anos.
Mesmo após o crime, o agressor teria continuado a ameaçar a vítima por mensagens no WhatsApp, exigindo que ela retirasse a denúncia.
Feminicídio em Palmeira
No dia seguinte, quinta-feira, 7 de agosto, o Tribunal do Júri de Otacílio Costa julgará um réu acusado de feminicídio e porte ilegal de arma de fogo. O crime aconteceu em 24 de novembro de 2024, em uma estrada rural no município de Palmeira.
De acordo com a denúncia, o homem teria premeditado o assassinato da companheira, efetuando quatro disparos de arma de fogo. O crime foi motivado por ciúmes e suspeita de traição, e agravado por motivo torpe, violência doméstica e recurso que dificultou a defesa da vítima, que estava desarmada e sem chance de reagir.
O caso também corre sob segredo de justiça.
Justiça e conscientização caminham juntas
Esses dois julgamentos reforçam o compromisso das instituições com o enfrentamento à violência de gênero e com o direito das mulheres a viverem sem medo, com dignidade e segurança.
Em pleno Agosto Lilás, essas ações representam mais do que a aplicação da lei — são passos importantes para dar visibilidade às vítimas, responsabilizar os agressores e romper o ciclo da violência.
Fonte: NCI/TJSC